REUNIÃO EM VILA REAL SOBRE INCÊNDIOS REFORÇA NECESSIDADE DE REFLEXÃO E ARTICULAÇÃO NA PROTEÇÃO CIVIL


Na passada sexta-feira, 22 de agosto, a Câmara Municipal de Vila Real acolheu uma reunião de trabalho que juntou o Secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, o Presidente da Câmara Municipal, Alexandre Favaios, e representantes das corporações de bombeiros do concelho. O encontro teve como objetivo avaliar os incêndios que recentemente devastaram o território e discutir medidas de reforço da prevenção e da resposta operacional.

Foi feita uma análise detalhada da dimensão do incêndio que, entre 2 e 13 de agosto, percorreu cerca de 12 quilómetros, afetou sete freguesias e 30 lugares, estendendo-se também ao concelho vizinho de Mondim de Basto. Os números apontam para aproximadamente 6.000 hectares de área ardida, dos quais 1.500 inseridos no Parque Natural do Alvão (PNA). Este facto foi especialmente destacado, pela relevância de se tratar de uma área protegida e de elevado valor ecológico, cuja recuperação exige medidas rápidas e tecnicamente fundamentadas.

Entre os temas debatidos esteve ainda a necessidade de reforçar o apoio às corporações de bombeiros, não apenas no plano operacional, mas também ao nível logístico e financeiro, garantindo que estas dispõem de condições adequadas para enfrentar cenários prolongados de combate.

O autarca Alexandre Favaios recordou que este foi um incêndio que “durou 13 dias, deixou profundas marcas no concelho e atingiu de forma grave o Parque Natural do Alvão, um património que temos o dever de proteger e recuperar”. Sublinhou ainda que “é urgente refletir sobre o que correu mal, dotar os bombeiros de melhores condições e construir um plano urgente de salvaguarda do PNA, que permita estabilizar os solos, prevenir a erosão e avançar com a reflorestação de acordo com critérios técnicos rigorosos”.

No encerramento da reunião, ficou patente a convicção de que este incêndio deve constituir um momento de viragem. Para além do apuramento dos prejuízos, é fundamental retirar lições, reavaliar os mecanismos da proteção civil e reforçar a articulação entre Estado, municípios, bombeiros e demais entidades do território.